domingo, 26 de agosto de 2007

a. Registramos o aniversário na última segunda-feira, 20 de agosto, de minha sogra dona Maria Nóbrega. Filhos, genros, netos, bisnetos, tias, primas e parentes mais próximos, junto com amigos, comemoramos com ela os oitenta anos, em uma casa de recepções na capital do Estado.
Registramos o aniversário, na última quinta-feira, do Dr. Ivanes Lacerda, combativo líder da oposição em nossa Câmara de Vereadores e um dos nossos mais articulados representantes naquela casa. Dr. Ivanes é também conceituado médico ortopedista com atuação em nossa região.
Recebemos da jornalista Neuman Oliveira o seguinte e-mail:
Luiz Gonzaga
“Passo-lhe este informe como lhe falei rapidamente. O mandato do presidente da AISP, Misael Nóbrega terminou no dia 13 de agosto. Acontece que ele não expediu nenhum edital de convocação para eleição. Quando perguntei-lhe sobre as eleições ele me respondeu:'Eleição para quê?" "Ah! a AISP não existe mais, não tem mais filiados."
Eu tenho em mãos a relação dos sócios fundadores que são aproximadamente 80. Não tenho a relação, ou não sabemos o nº dos associados nas vésperas da eleição passada, porque o presidente sonegou esta referida informação.
Segundo o capítulo VI das disposições gerais art.55 reza: a dissolução da AISP só pode ocorrer por motivos insuperáveis a juízo da Assembléia para tal convocada. E isto não aconteceu.
Nós temos uma chapa completa que chama-se:"A Chapa que Promete", que por sinal é composta só por mulheres.

Um abraço amigo
Neuman Oliveira
(Jornalista)”
Nada contra uma chapa só de mulheres, afinal vocês estão tomando conta do mundo. Só não me agradam mulheres que só prometem. Prefiro as que cumprem. Como o mandato anterior terminou sem providências para eleição de uma nova chapa, que providências foram tomadas para garantir a realização da eleição? A gente pode saber a constituição da nova chapa? Chega de “chapas brancas”! É importante termos uma chapa comprometida com os interesses da categoria, não com os interesses de uma determinada entidade como a chapa anterior. A partir do momento em que assumiram um cargo público, vários dirigentes anteriores estavam impedidos eticamente de continuarem dirigindo a entidade, diante dos naturais conflitos entre os seus novos patrões e os interesses dos associados. Infelizmente, tais dirigentes não tiveram a esperada postura ética de abrirem mão do cargo na associação. Nada contra assumirem um cargo de que são demissíveis “ad nutum”, desde que devolvessem os cargos que a categoria lhes outorgou, mesmo que tais cargos tenham sido o degrau para chegar aonde chegaram. Esperamos que tal fato não volte a se repetir. (LG)
OUVINTE MOSTRA DISPARIDADE DE PREÇOS EM MOTÉIS.
Um ouvinte reclamava ao programa a disparidade nos preços cobrados em vários motéis patoenses. Segundo ele, enquanto o novo motel próximo ao Tigrão cobra R$ 12,00 por duas horas de permanência, o Vereda Tropical (por trás de Seudão) cobra R$ 13,00, o Dallas (entre Patos e Santa Gertrudes) e o Sunhouse (na saída de Piancó) cobram R$ 15,00, pelo mesmo tempo e em apartamento semelhante. Enquanto isso o Taity cobra R$ 19,50 por apartamento não muito melhor do que os demais, dourando a pílula com um tempo de permanência de quatro horas, que segundo o amigo só noivos e casados usam. Em dois deles eu terminei conferindo os preços pois tive que fiscalizá-los na semana passada.

RECEITA FEDERAL PROMOVE PALESTRA SOBRE ITR.
Na próxima quinta-feira, um auditor da Receita Federal estará proferindo uma palestra sobre o Imposto Territorial Rural, no próprio prédio da Receita, por trás do Banco do Brasil. A palestra se destina a contadores, proprietários e outras pessoas interessadas. Lembramos que os produtores rurais têm prazo até 28 de setembro para apresentarem a Declaração do ITR deste ano. (LG)

MORADORES DA PALMEIRA E JARDIM QUEIROZ RECLAMAM DE OBRA INACABADA.
Moradores da Palmeira e do Jardim Queiroz procuraram o programa para reclamar da prefeitura municipal, com relação a uma passagem de pedestres que estava sendo construída sobre o canal da Palmeira e não foi concluída. Segundo os reclamantes, existem algumas tábuas soltas na obra que já provocaram vários acidentes em adultos e crianças que terminam caindo no canal. Um dos acidentados foi um cidadão, aparentemente embriagado, que teve que removido do local e socorrido pelo SAMU.

DINEUDES DIZ QUE QUER UNIÃO DA OPOSIÇÃO LOCAL.
O empresário Dineudes Possídônio que foi o opositor do atual prefeito Nabor Wanderley nas eleições de 2004, foi o entrevistado no programa RADAR do sábado da semana passada. Dineudes disse que quer a oposição unida em 2008. Diz que está pronto a ser candidato ou apoiar qualquer candidato que una o grupo, inclusive o ex-prefeito Dinaldo Wanderley. Disse que não se unirá, de nenhuma forma, ao grupo situacionista atual. Confirmou que se filia ao PTB no próximo mês de setembro.
Por falar em PTB, o próprio Dineudes e o empresário Vicente das Bolsas, seu companheiro de chapa em 2004, teriam convidado o atual presidente da Câmara, Marcos Eduardo, a se filiar ao partido. Marcos Eduardo, como já comentamos aqui, está insatisfeito no seu atual partido o PSDB. Segundo se diz pelas poucas chances de reeleição que oferece ao ele e ao Dr. Ivanes, outro vereador da sigla.

GILVAN FREIRE DIZ QUE NÃO TIRA O TÍTULO DE PATOS.
Domingo passado nós dizíamos aqui que nos próximos dias saberíamos que caminho tomaria o ex-deputado Gilvan Freire, nas eleições de 2008. Como ele é eleitor em Patos, se transferisse o título para João Pessoa é porque tinha pretensões políticas naquela cidade. Se mudasse o domicílio eleitoral para Bayeux é que pretenderia ser candidato naquela cidade da grande João Pessoa. No domingo, entretanto, Gilvan garantiu que não tira o título de Patos, o que significa que pretende participar ou influir no pleito local.

DEFESA DE HOSPITAL DE TEIXEIRA UNE ADVERSÁRIOS LOCAIS.
Como comentamos aqui no último programa, deputados, vereadores e outras lideranças políticas, além da gente do povo, se mobilizaram no sábado da semana passada, na cidade de Teixeira em defesa da reabertura do Hospital Sancho Leite, daquela cidade, fechado recentemente pelo Conselho Regional de Medicina, por conta de uma série de irregularidades ali constatadas. O que chamou a atenção de todos, foi a presença de três deputados baseados em Patos, mas votados também naquela cidade, Dinaldo Wanderley, Chica Motta e Antônio Mineral. Mas além da natural presença, por conta da representação, chamou atenção o clima cordial entre os três, apesar das divergências locais, principalmente, entre Dinaldo e Francisca. Os três declararam que terão todo o empenho na reabertura da casa de saúde que tantos benefícios tem prestado à simpática cidade serrana.

SUPLENTES E EX-VEREADORES NÃO QUEREM CANDIDATOS COM MUITOS VOTOS.
Fazendo ouvidos moucos da regra eleitoral que diz “quanto mais cabras, mais cabritos”, o grupo de suplentes e vereadores patoenses tomou uma decisão no mínimo inusitada. Declarou que não tem nenhum interesse na entrada no grupo dos suplentes e ex-vereadores Vieirinha, Assis Sousa, Edmilson do Mercadinho, Cláudio Barreto e Pedro Alexon. A justificativa é que tais políticos têm forte estrutura financeira e isto prejudicaria o grupo. Em outras palavras, o grupo quer se nivelar por baixo, esnobando os votos que os políticos descartados poderiam ter. Durma-se com uma zuada destas!

CONTRATADOS DA SAÚDE RECLAMAM DE DISCRIMINAÇÃO.
Contratados da prefeitura, que prestam serviço no SAMU, no CAPS, no FREI DAMIÃO e CENTRO DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS, reclamam de estarem recebendo seus salários em data diferentes dos prestadores de serviços nos demais órgãos municipais. Segundo os reclamantes, na administração do Dr. Jucélio todos recebiam no início do mês e que, com o atual secretário, passaram a receber depois do dia 15.

MÚSICOS RECLAMAM DE TAXAS DA ORDEM DOS MÚSICOS.
Um grupo de músicos patoenses teria procurado a deputada Francisca Motta para pedir sua interferência no sentido de livrá-los da fiscalização da Ordem dos Músicos do Brasil que os estaria multando pelo exercício da profissão sem o devido registro na Ordem. Depois de reunião com a deputada, esta teria prometido apresentar projeto na Assembléia liberando os músicos daquele encargo. Teria manifestado, inclusive, a intenção de pedir o apoio dos demais deputados da terra, Dinaldo, Mineral e Socorro Marques. A alegação dos músicos seria a de que a Constituição de 88 desobrigaria os profissionais de se vincular a sindicatos.
Só que os músicos desconhecem, talvez, um fato. A Ordem dos Músicos não é sindicato. É uma entidade autárquica federal, semelhante à Ordem dos Advogados do Brasil e aos Conselhos Regionais e Federais de Medicina, Odontologia, Enfermagem, Economia e Engenharia, entre outros. São órgãos de fiscalização das respectivas profissões aos quais têm que estar vinculados todos os que exercem profissões regulamentadas. Ou seja ou o cidadão é músico, devidamente registrado na Ordem dos Músicos, ou é charlatão como seria um dentista ou um médico sem o devido registro. Os músicos alegam que em determinados estados haveria leis que dispensam a vinculação deles à Ordem. Deve haver algum engano ou se trata de lei inconstitucional, pois a Lei Maior considera a regulamentação das profissões como prerrogativa federal. Diz o artigo 22 da Constituição de 1988:
“Compete privativamente à União legislar sobre: XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões”

CÁSSIO NÃO VEIO A PATOS NA SEXTA.
Apesar do anúncio, o governador Cássio Cunha Lima não veio a Patos na sexta para a esperada inauguração do Presídio Regional de Patos. A vinda do governador foi adiada para o início do mês de setembro, podendo acontecer até o dia 14, quando o governador viria para a abertura da Festa de Setembro. Na oportunidade, Cássio deverá anunciar várias obras para a cidade, além de proceder à entrega do novo presídio.
MARCONI SOBRAL HOMENAGEIA POLION CARNEIRO.
No domingo passado homenageamos aqui o guerreiro Polion Carneiro, o Polion que eu conheci. Mas, Marconi Sobral, contemporâneo de Polion na Câmara de Vereadores e companheiro das noites de boemia, conheceu o poeta e o boêmio a quem prestou tocante homenagem ao pé do seu leito derradeiro, no cemitério de São Miguel. Vamos tentar reproduzir aqui, o discurso de Marconi Sobral, claro que sem o vigor da oratória do grande tribuno, que hoje esconde debaixo de uma figura simples e sem ostentação um dos grandes oradores que já passaram pela nossa Câmara e pelos nossos palanques e tribunas. Marconi, Advogado de Ofício por muitos anos em Campina Grande, hoje aposentando, ainda é um grande orador, como demonstrou neste belíssimo discurso.
“Polion, você já me conheceu um pouco mais afoito. Você me conheceu num tempo que as palavras fluíam como cachoeiras, inundando os vales das emoções populares, isso porém, antes que imposturas agissem com aquele mega poder “ad nutum”, relegando a segundo plano o sacrossanto Estado de Direito, quando pensavam que estavam acima de todos, inclusive do bem e do mal. Aquele improviso que nos animava tanto, quase emudeceu, pela ação antidemocrática de aves de rapina, de abutres que asfixiaram a nossa voz e impediram os nossos sonhos. Hoje, porém, é diferente, no meu caso, a tirania inibiu a fluência do meu verbo, restando, apenas, este modesto bico de pena que, de forma bissexta, escreve de quatro em quatro anos, quando as emoções e os motivos estimulam.
“Conheci você nos seus verdes anos, candidato à presidência da nossa agremiação estudantil maior, quando fui atraído pela fecundidade do seu verbo fácil, pelo peso de suas idéias e pela sua coragem inimitável, quando as jovens da época, num gesto verdadeiramente afetivo, passaram a nos chamar de “Conin” e “Popó”.
“O tempo passa e veio a memorável campanha municipal de 1968, quando demos combate às imposturas e vencemos de Patos a Brasília, pelo que pagamos muito caro, tempos depois. Vereadores à 6ª Legislatura, pontificavam à época, dentro outros, o “Castro Alves” de Patos, Polion Carneiro, o condor altaneiro das Espinharas, ao lado de Antônio Simões, Roberto Gentil, Rênio Torres e Wilson Dias, entre os quais, ousadamente, eu também tentava um lugar ao sol. Naquele tempo, não havia a presença de bandas afamadas para animar comícios. A sinfonia ficava por conta dos oradores, que a exemplo de Polion enchiam os corredores de nossas ruas, com a força da sua palavra e a serenidade do seu verbo. Na Câmara, disputávamos palmo a palmo, os espaços, em que pese tratar-se de mandato gratuito, determinado pela impostura que grassava na época, era o chamado relevante serviço prestado à pátria, sem que fizéssemos imposição de qualquer natureza. Nem por isso havia desânimo, muito pelo contrário, em lugar do desânimo nos possuir, o que havia eram debates calorosos, o que não deixava de ser salutar ao contraditório, à democracia e ao Estado de Direito, só que depois de tudo, saíamos dali e continuávamos os mesmos grandes amigos das noites de poesias e de sonhos que acalentávamos. Quantas e quantas noites, ao regressarmos das nossas justas ambições, não encontrávamos o carinho materno de Dona Diva e de seu Severino Canuto, que nos cediam muitas vezes os seus próprios aposentos, para que os poetas repousassem, não esquecendo, entretanto, as cobranças e exemplos dos textos sagrados, no dia seguinte, por ocasião de um reforçado café.
“Nas nossas noites, pontificavam os nossos poetas e patrícios irmãos, Castro Alves, Álvares de Azevedo, Fagundes Varela e Olavo Bilac e, entre os estrangeiros, Pablo Neruda e Fernando Pessoa, sendo que o tom maior residia no gongorismo, escola poética que apaixonava os nossos espíritos adolescentes. A carreira clássica também pontificava entre nós, haja vista, somente no nosso legislativo municipal, foram seis os que concluíram Direito, todos oradores das suas turmas.
“Desistindo da vida pública, busquei outros horizontes, a exemplo da capital de São Paulo, à procura de emprego, de trabalho e, posteriormente, cursar Direito na cidade de Campina Grande, obrigando-me a distanciar-me de Polion, mas mesmo assim, sem que eu soubesse, a fraternidade que nos unia, não permitia muita distância, quando fez tramitar na Câmara de Vereadores de Patos, o meu titulo de Cidadão Patoense, transformando-me além de um cidadão potiguar num cidadão de Patos o que muito me orgulha e desvanece.
“Polion também seguiu a sua nova trajetória, funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal, acadêmico de Direito e advogado. Não esperava, talvez,, por essa ‘via crucis” tão dolorosa, esse calvário que lhe foi imposto pelo destino, algo que prefiro nem imaginar, até porque ele conhecia de perto a minha sensibilidade. Sei perfeitamente que a sua resignação residiu exatamente na vida de Cristo, de que era um ardoroso adepto e que aos 33 anos viveu o seu calvário, pela remissão dos homens.
“A propósito de minha sensibilidade por ele tão bem conhecida, lembro-me que, certa vez, quando chorava por alguns desvarios da minha vida, ele me dizia: “Chore, Conin, porque pior do que chorar é não ter por quem ou porque chorar”. Era, por assim dizer um poeta, poeta do berço, muito antes dos seus VERSOS DE NINGUÉM, obra que justificou-me trazer o imenso tribuno Raymundo Asfora a Patos, para o seu memorável lançamento, numa noite de festa, quando afirmou que você não tomou emprestado a ninguém o seu processo criador. Mas eu não queria mesmo chorar nessa oportunidade, Popó, porque a sua fé inabalável, fé que remove montanhas, os montes da terra santa, onde Jesus pregava os seus sermões, anunciando a boa nova, o monte das oliveiras, onde chorou e foi traído por Judas, o monte Sinai onde Moisés falava com Deus, enfim o calvário onde Cristo foi crucificado pela salvação dos homens. Que o seu calvário não seja motivo de lágrimas para mim, até porque você sempre acreditou na sentença bíblica que diz: “Aquele que crer em mim, ainda que esteja morto, viverá”.
“Popó, tudo isso é uma questão de tempo. Os nossos caminhos sempre se cruzaram e até aqui, na última morada, o meu túmulo fica à direita do seu. Aqui ficaremos, certamente, no perene e eterno contato com todos os luares sonhados pelos poetas. Nessas calçadas os nossos espíritos se encontrarão em dias futuros, na espera constante da misericordiosa promessa de DEUS”.
Este discurso foi pronunciado pelo grande orador e também poeta Marconi Sobral, meu velho companheiro de seminário, ao pé do túmulo do seu colega de noitadas de poesia e boemia, Polion Carneiro. (LG)

domingo, 19 de agosto de 2007

REGISTROS (19/08/07)
Registramos o falecimento na última segunda-feira, 13/08, De Marizete Torres Xavier. Viúva de Eduardo Lucena Xavier, falecido há onze meses, Marizete ia fazer 62 anos em novembro próximo. Filha de Manoel Lucena (Bilé) e de minha saudosa tia Severina Torres de Lucena era irmã de Maria, Marisa, Betinha, e Neto. Deixou duas filhas: Aparecida e Isabel. O sepultamento de Marizete aconteceu no final da tarde da segunda-feira, no cemitério de São Miguel.
Registramos o aniversário, na última segunda-feira, do vereador Marcos Eduardo, atual presidente da nossa Câmara de Vereadores. O aniversariante foi homenageado em almoço com presença de colegas vereadores e profissionais de imprensa.
Na terça-feira, 14 de agosto, faleceu o taxista Diralberto Lustosa de Almeida (o Diral). De tradicional família local, Diral morava na rua do Prado, próximo à agência do Ministério do Trabalho. O sepultamento de Diral foi na quarta-feira, pela manhã, no cemitério de São Miguel, ocasião em que os taxistas de Patos lhe prestaram tocante homenagem acompanhando-o em peso na sua última viagem.
Faleceu na última quinta-feira, no Hospital de UNIMED, em João Pessoa, o antigo vereador patoense, Polion Carneiro. Polion tinha 63 anos de idade, era filho de Severino Canuto de Oliveira (já falecido) e de Joadiva Carneiro de Oliveira. Funcionário aposentando da Caixa Econômica Federal. Polion foi vereador em Patos, durante três mandatos nas décadas de 60 e 70. Seu corpo foi velado no templo da Ação Evangélica, na rua do Prado, onde aconteceu um culto fúnebre presidido pelo pastor John Medcraft, após o qual o corpo foi levado para o cemitério de São Miguel, onde foi sepultado no final da tarde de ontem. Ao pé do túmulo discursaram o ex-vereador Juraci Dantas, contemporâneo dele na Câmara, Marconi Sobral, companheiro de Câmara e dos cárceres da ditadura e o companheiro Genival Júnior, em nome da família. O Pastor John encerrou com uma oração.
Participamos, no final da tarde ontem, na Igreja Maria Auxílio dos Cristãos, no bairro do Bessa, na capital do Estado, da missa de trigésimo dia em sufrágio da alma de nossa antigo colega de escola e de Banco do Brasil, Vandoni Dantas de Lima.
Registramos o aniversário amanhã de minha sogra, Dona Maria Nóbrega. Recebe aqui os parabéns de todos os filhos que nos reuniremos no próximo sábado para comemorar seu octogésimo aniversário.
UM ADEUS PARA POLION CARNEIRO.
Amigos de Polion Carneiro e amigos da família participaram na última sexta-feira (17/08) do último adeus a este grande guerreiro da cidade de Patos. Numa época em que a nossa Câmara de Vereadores brilhava pela qualidade dos seus componentes, onde grandes oradores se juntavam a pessoas de pouca instrução mas de grande representatividade popular, Polion Carneiro foi destes nossos inesquecíveis representantes. Nesta época, Polion Carneiro, Marconi Sobral, Antônio Lorota Simões, Wilson Dias Novo e João Bosco Dias, se confrontavam com as lideranças de cunho popular e a experiência política de Chico Bocão, Cícero Sulpino, Zeca Baeta e Rênio Torres. Era uma época de grandes debates tendo, de um lado, a bancada minoritária do prefeito Olavo Nóbrega, de outro a bancada de oposição, com cinco aguerridos vereadores capitaneados pelo presidente Rênio Torres, que eleito com Olavo rompeu antes da posse e eleição da Câmara. Mas mesmo em minoria, a bancada olavista conseguia extrair dos adversários os votos suficientes para apoiar as matérias de interesse da população. Nesta horas, falava mais alto o interesse da cidade.
Polion foi eleito para seu primeiro mandato em 1968, com 731 votos, fruto de sua oratória inflamada e das amizades de Severino Canuto e dona Diva Carneiro. Em 1972 não disputou as eleições, mas voltou em 1976 com 673 votos e se reelegeu em 1982 com 764 sufrágios. Então já se dividia entre Patos, Recife e Natal, onde prestava serviço ao Banco Nacional de Habitação (BNH). Com a extinção do BNH, Polion foi transferido para a Caixa Econômica Federal, na qual foi transferido para João Pessoa, onde veio a se radicar definitivamente. Substituiu a militância política em Patos, pela militância sindical em João Pessoa, elegendo-se presidente do Sindicato dos Bancários de João Pessoa, em 1990. Mas esta mesma militância sindical, o reintroduzira na política, fazendo com que tentasse uma vaga na Assembléia Legislativa em 1986, pelo PDT. Em 1988, tentou ser vereador em João Pessoa, tentativa que repetiu em 2000, também sem sucesso.
A oratória inflamada de Polion Carneiro, cuja capacidade de resistência fora incubada nos tempos de estudante em uma seminário evangélico em Garanhuns, fez com que o então vereador fosse denunciado como subversivo aos militares que haviam implantado a ditadura de 1964. Acusados de haverem feito pixações na cidade com dizeres como ABAIXO A DITADURA, Ruy Gouveia, Marconi Sobral, Romero Nóbrega, Polion Carneiro, Djalma Marques (Negro Avestruz), Marcos Nogueira e Suélio Marinho conheceram os porões da ditadura. Mas segundo Marconi não sofreram torturas. A prisão foi rápida para a maioria deles. Romero, por interferência da OAB para quem apelou seu pai Napoleão Nóbrega saiu com três dias. Marconi (graças às lágrimas de dona Luzia Sobral aos pés do general Samuel Correia) e Ruy Gouveia sofreram durante oito dias. Marcos Nogueira viveu quinze dias de expectativas. Negro Avestruz e Polion demoraram mais. De João Pessoa foram recambiados para Recife, onde a Auditoria Militar os absolveu, não sem antes os parentes terem gasto um bom dinheiro com advogados. A prisão do grupo, segundo Marconi Sobral, foi fruto de uma denúncia de determinado deputado local que buscava se vingar da derrota sofrida pelo seu partido com a eleição de Olavo Nóbrega no ano anterior. De Suélio Marinho, Marconi não tem maiores detalhes, pois a prisão e a condução dele para João Pessoa foram feitas separadas dos demais. A absolvição e soltura de todos demonstra a má-fé de quem os denunciou. A prisão não deslustrou nenhum dos prisioneiros. Antes foi medalha que os acompanhou pela vida afora como defensores da liberdade e da democracia (Rui Gouveia foi deputado duas vezes, Marconi e Polion reeleitos outras tantas). Minha mana, a Dra. Fátima Lima, foi testemunha das agruras que passaram os prisioneiros, enquanto permaneceram em João Pessoa, onde ela então estudava. Era presença constante durante as visitas aos presos, levando notícias e encomendas de parte dos familiares.
Polion a tudo suportou com estoicismo, por que era um idealista. E idealista e guerreiro continuou pela vida afora. Nunca afrouxou diante da opressão seja dos militares seja dos patrões. Era dos primeiros em todos os movimentos grevistas de que participou. Depois de uma vida de guerreiro e lutador, enfrentou com denodo e espírito cristão a última batalha. Durante cerca de um ano lutou contra a insidiosa doença que terminou por vencê-lo. Pena que as novas gerações não conheçam a história de lutas de bravos como ele, a quem devemos o país que hoje temos.
No culto fúnebre celebrado na última sexta-feira, o pastor Jonh Medcraft lembrou alguns episódios desta luta de Polion Carneiro. Luta pela vida e luta contra a morte. Se na luta pela vida teve o apoio dos amigos e dos parentes, na luta contra a morte estes mesmos amigos e parentes, foram reforçados pela Providência Divina que lhe deu forças para enfrentar o último momento. Embora disperso por algum tempo, enquanto lutava pela vida, Polion voltara nos últimos anos ao rebanho do Bom Pastor. E como lembrava o celebrante de suas exéquias, ao invés de sua morte, parentes e amigos, na última sexta-feira celebraram a sua vida. Polion bem que merecia os cânticos e mensagens que ali foram entoados.
Sua esposa dona Marúsia Araújo Lima Carneiro e as filhas Poliana, Iana e Carol, assim como sua veneranda mãe, hoje como 94 anos, irmãos, demais familiares e amigos têm de que se orgulhar. Polion morreu como viveu, como um grande guerreiro.

domingo, 12 de agosto de 2007

REGISTROS (12/08/2007)
No domingo passado (05/08), registramos aqui o aniversário de Abdias Guedes Cavalcanti. Era o nonagésimo primeiro deles. Infelizmente para seus amigos, seus antigos eleitores e seus familiares foi o último. Abdias faleceu na última quarta-feira, 08 de agosto, na cidade de Patos. Seu sepultamento ocorreu no final da tarde do mesmo dia, no Cemitério de São Miguel. Daqui a homenagem do programa a um dos nossos mais ilustres ouvintes, com as condolências a todos os familiares a quem muito estimamos. De minha parte, de Arlene e das crianças e também de minha sogra Maria Nóbrega que tinha muita estima pelo Grande Abdias.
GRANDE ABDIAS.
O ex-vereador patoense, Abdias Guedes Cavalcanti, faleceu na última quarta-feira, 08 de agosto, na cidade de Patos, aos 91 anos de idade. Nascido em 05/08/1916, em Pedra Lavrada, então distrito de Picuí, filho de Galdino Guedes Cavalcanti e Enedina Guedes Cavalcanti, Abdias acompanhou a família quando esta veio morar em 1925, no sítio Papagaio, do distrito de São Mamede, então pertencente a Santa Luzia. Lá Galdino, pai de Abdias, foi trabalhar com o Coronel Janúncio Nóbrega, pai do futuro deputado Napoleão Nóbrega e avô do saudoso Dr. Romero Nóbrega.
Em 1930, Galdino, juntamente com o Coronel Janúncio foi acusado de um latrocínio cometido na região, crime do qual foram absolvidos, posteriormente, pelo Tribunal de Justiça, e que só teve a sua autoria conhecida muitos anos depois, quando foram identificados mandantes e executores, criminosos da região de Patos. Enquanto se desenrolava o processo, na Comarca de Santa Luzia e depois no Tribunal de Justiça, Galdino mudou-se para Campina Grande, em 1931. Ali Abdias continuou os estudos, iniciados na zona rural de São Mamede, conseguindo ser aprovado no exame de admissão em 1933. Naquele ano, Galdino e o coronel Janúncio fora absovidos pelo Tribunal de Justiça, o que levou a família de Abdias a retornar para o município de Santa Luzia, indo se radicar noutra fazenda do Coronel Janúncio.
Em novembro de 1935, preocupado em fazer os filhos estudar e se encaminharem na vida, Galdino mudou-se para Patos, onde se instalou inicialmente com um hotel, em frente à estação rodoviária. Dali se mudou depois para Condado, progressista distrito de Malta, onde havia um açude construído pelo DNOCS, ali continuou no ramo hoteleiro. Depois de trabalhar algum tempo em Patos no comércio de peças, atividade que aprendera em Campina Grande, Abdias foi para João Pessoa em 1938, com a pretensão de se submeter a um concurso de classificador de algodão, realizado pelo Estado. Aprovado ficou na capital esperando a nomeação, período em que gerenciou um cassino, em pleno cabaré pessoense. Em 1940, Abdias Guedes assumiu a função de classificador de algodão em Patos. Ali casou em 1943, com a patoense, Angelita Soares.
Em 1944, foi aprovado em um concurso para agente fiscal do Estado mas desistiu, quando foi nomeado para Bonito de Santa Fé, onde na época só se chegava a cavalo, no tempo da seca e que ficava isolada no inverno. Em 1946, tirou licença como classificador de algodão para ir trabalhar, em Patos, como subgerente de Noujain Habib, revendedor de carros Ford. Dali saiu em 1947 para se estabelecer com uma loja de peças e acessórios.
Em 1945, Abdias, a convite de Bivar Olinto, a quem acompanhava politicamente desde o ano anterior, participou da fundação do diretório local do PSD, sendo escolhido secretário do partido. Começou aí a militância política de Abdias Guedes. Em 1951, Antônio Gomes, sogro de Bivar e presidente do diretório municipal do partido, indicou o nome de Abdias como candidato a vereador. Eleito assumiu por dois mandatos, à época de apenas um ano, a presidência da Câmara (1953 e 1954). Neste período participou da fundação da Associação Comercial (de que foi presidente), do Ginásio Comercial Roberto Simonsem (onde cursou até o sétimo ano, parando pelo seu problema na vista) e do Rotary Clube de Patos. Sua intensa atividade legislativa e a participação em todas atividades sociais da cidade lhe garantiram as reeleições, em 1955 e 1959, e a primeira suplência em 1963, quando assumiu várias vezes.
Abdias continuou no comércio de peças e acessórios até 1955, quando passou para o comércio de tecidos. Ali ficou até 1960, quando a chegada das grandes firmas do ramo, vindas de Recife, como Cebarros, Paulista e Narciso Maia, afugentaram as pequenas firmas locais.
Durante a administração de Bivar (1959/1963), na falta de advogados para acompanharem os réus pobres, o prefeito, a quem Dr. Artur Moura pedira a indicação de um nome para o cargo, nomeou Abdias como advogado “ad hoc”, com a incumbência de funcionar nos processos daqueles réus, quando submetidos à justiça. Virou rábula. Em 1961, por indicação de Drault Ernani, Abdias Guedes foi nomeado para um cargo federal de nível médio, que assumiu na Escola Agrícola Vidal de Negreiros, em Bananeiras. Nesta função ele viria a se aposentar em 1973. Para isso, porém teve que ultrapassar vários obstáculos jurídicos tendo que recorrer à Justiça, tanto para se aposentar como para receber os atrasados entre o pedido de aposentadoria e a sua implantação. Com o dinheiro recebido, virou também agropecuarista, comprando uma fazenda.
Em 1977, já aposentado, Abdias voltou para a Câmara para seu quinto mandato, desta vez eleito como o mais votado. Foi reeleito em 1982 e 1988. Neste último mandato, foi presidente da Câmara, quando presidiu a elaboração da Lei Orgânica do Município (sancionada em 1990), de cujo trabalho participamos, na condição de assessor, juntamente com o Dr. Normando Salomão Leitão. O Banco do Brasil, por solicitação de Abdias, nos liberou no período da tarde para participar dos trabalhos. Ao final do mandato, por divergências com o adventício Edivaldo Motta, o velho pessedista abrigou-se no PFL de Rivaldo e Geralda Medeiros. Talvez por isso, Abdias não conseguiu se reeleger em 1992, abandonando a partir daí as disputas.
Mas a política estava no sangue e Abdias continuou a acompanhá-la, freqüentando o escritório do ex-companheiro Virgílio Trindade, que ele aponta em seu livro autobiográfico TRAJETÓRIA DE UMA VIDA, como um dos seus professores, ao lado de Ronald de Queiroz e Maria Ester Fernandes. No escritório de Virgílio ele ia saber das notícias e comentá-las com o profundo conhecimento que tinha dos bastidores da política local. Eu mesmo participei de muitos desses papos. Continuava bem informado sobre tudo o que acontecia na região, no Estado e no país. Era ouvinte assíduo da nossa Revista da Semana, do Factorama e do Radar de Virgílio. Até os últimos dias, nos momentos de lucidez, os filhos colocavam o rádio ao lado da cama para que ele escutasse seus programas preferidos.
Nos últimos dias, os amigos vinham acompanhando o calvário de Abdias. O velho problema na vista, que o impediu de continuar os estudos e provocou a perda de um olho, se juntou a problemas de próstata e, agravados pelo estado de depressão que se seguiu à morte de Dona Angelita, companheira dedicada de toda a vida, levaram Abdias a viver sob constantes cuidados médicos. Há cerca de quinze dias, os médicos piedosamente aconselharam que fosse levado de volta para casa, onde rodeado pelos carinhos da numerosa família comemorou o último aniversário, no domingo passado (05/08).
Do seu casamento com Angelita Soares Cavalcanti, Abdias teve nove filhos: Abdisia, Dilene, Afonso, Roberto, Rejane, Luzia Stella, Benjamin Franklin, Henrique Jorge e Maria das Neves. Vários deles casados, lhe deram netos e bisnetos. O amor da família foi o lenitivo para seus últimos meses de vida, como fora em toda a sua existência. Nunca lhe faltou a atenção, o apoio e o carinho de um deles em todos os momentos de seu calvário final.
Abdias faleceu na madrugada da última quarta-feira, sendo sepultado no final da tarde, no Cemitério de São Miguel, acompanhado por grande número de amigos e antigos eleitores.
Com Abdias se acaba talvez uma geração de políticos patoenses que pontificaram na nossa política por mais de cinqüenta anos. Velha raposa política, Abdias é um dos últimos deles (ainda vivos Arlindo Wanderley e Orlando Jansen, fundadores do PSD patoense) e continuará na nossa memória como o eterno vereador patoense.

domingo, 5 de agosto de 2007

MORREU PEDRO CORREIA.
Meu tio Inácio Paca, falecido três anos atrás com oitenta e nove anos de idade, dizia que o mais triste da velhice é saber que os amigos já morreram e a gente vai ficando, só pensando quando chegará a nossa vez. Apesar de não saber ler Inácio Paca tinha muita filosofia de vida. Eu cada vez mais me convenço de que a velhice está chegando. Nos últimos quinze dias perdi dois desses amigos. Há quinze dias morria, Vandoni Dantas, colega de escola e de Banco do Brasil. Na quinta-feira, morreu Pedro Correia, velho colega de rádio.
Pedro era uma figura. Foi de tudo na vida. Jogou futebol, foi sapateiro, trabalhou no comércio, foi juiz de futebol, trabalhou em rádio, foi comentarista de arbitragem, dirigente de futebol e quanta coisa se pense. Para ganhar a vida topava qualquer parada. Com quase sessenta anos, surpreendeu Padre Assis, quando este anunciou que ia mandar pintar a antena da rádio. Pedro logo se ofereceu: “Eu topo ganhar este dinheiro”. Padre Assis não acreditou: “O senhor tem coragem, seu Pedro?”. “E quem é que troca as lâmpadas lá de cima quando queimam?” foi a resposta de Pedro. E lá se foi Pedro Correia, com a cintura amarrada com uma corda até o alto da antena de mais de cinqüenta metros de altura. E antena ficou muito bem pintada.
Quando eu cheguei na rádio em 1964, Pedro já era uma figura lendária. E que não lhe dessem uma ordem, pois ele cumpria ao pé da letra. Maurício Leite, gerente da Espinharas, ainda na época de Drault Ernani, deu uma ordem aos controlistas. Nem Drault, nem ele Maurício poderiam ultrapassar uma cancelinha que dava acesso ao recinto onde trabalhavam os controlistas. Pedro ainda perguntou “não é para entrar ninguém, Maurício?” Maurício confirmou a ordem. Um belo dia, chegou à emissora o ex-prefeito Bivar Olinto, que era irmão de Drault Ernani, o dono da rádio. Bivar, na época deputado federal, foi entrando de rádio a dentro e quando chegou no controle, foi abrindo a cancelinha cuja ultrapassagem fora proibida por Maurício. Pedro Correia tomou-lhe a frente e disse: “Doutor, é proibido passar daqui”. “Mas moço o dono da rádio é meu irmão” disse Bivar. “Pois a ordem aqui é que nem ele pode passar, e se ele não entra o senhor também não entra”, foi a resposta de Pedro. Dizem que Bivar não insistiu. Afinal, Pedro estava cumprindo ordens.
Outro episódio, já acontecido nos meus tempos, envolveu Pedro e o então prefeito José Cavalcante. Naquela época, não havia programas políticos gratuitos. Todos pagavam pelo tempo utilizado. Era feito um contrato para o político usar o rádio por tanto tempo. Zé Cavalcante era acostumado a estourar o horário, se prevalecendo da função e da amizade com Mons. Vieira, um dos sócios da emissora. O “estouro” de horário terminava atrapalhando a programação e provocando reclamação dos adversários que eram obrigados a cumprir o horário. A direção da rádio baixou uma portaria determinando o cumprimento exato dos horários. Mas quem ia enfrentar Zé Cavalcante. Pedro disse “Me botem no horário que eu dou um jeito”. No primeiro programa que Zé Cavalcante foi fazer estourou o horário em mais de quinze minutos. Quando terminou foi falar com Pedro: “Desculpe, seu Pedro, terminei ultrapassando o horário”. “Tem problema não Seu Zé, me avisaram qual era a hora em que terminava o programa e na hora eu desliguei o microfone”, responde Pedro. Cavalcante, que passara quinze minutos falando no seco, pode até ter feito queixa de Pedro à direção da rádio, mas nunca mais “furou” o horário.
Outra parada indigesta de Pedro foi enfrentar Zé Gaioso. Numa campanha a prefeito, Zé Cavalcante contra Severino Lustosa, Zé Gaioso, deputado do PSD, contratara alguns programas de rádio e terminada a campanha ainda não havia pago. No final das apurações Pedro pediu um “vale” na rádio e disseram que não tinha dinheiro. Só se Pedro cobrasse a conta de Zé Gaioso. Pouca gente tinha a coragem de enfrentar a cara feia da Baraúna do Prado, e ainda mais fazendo uma cobrança. Pedro não perdeu tempo. As apurações estavam sendo feitas nas proximidades da Sorveteria Quitandinha, quase em frente à Catedral. Pedro ficou de tocaia na calçada. Terminada as apurações, anunciada a vitória de Zé Cavalcante, Zé Gaioso, furioso com a derrota, saiu para a calçada e se encostou num automóvel que estava estacionado mesmo em frente ao local. Pedro sacou da fatura e se dirigiu para Gaioso: “Doutor, a rádio mandou receber esta continha”. Gaioso disse: “O quê?”, arrebatou o papel, deu uns três esturros, olhou o valor, enfiou a mão no bolso, preencheu o cheque e entregou a Pedro. Pedro andou uns dez metros e saiu aos pinotes. O “vale” estava garantido.
Pedro Correia é personagem de muitas outras histórias no rádio e no futebol. Mas fica para quem escrever a história da Espinharas e a do nosso futebol colhê-las e divulgá-las. Aliás, está na hora de alguém começar a fazer isso.
Uma das qualidades de Pedro era a fidelidade aos amigos. Amigo para ele era amigo. Podia contar com ele para o que desse e viesse. Depois de ser controlista de estúdio por muito tempo, Pedro foi mandado trabalhar como controlista da antena. E praticamente passou a morar lá. Vez por outra eu ia por lá bater papo e ouvir as histórias de Pedro. E por algum tempo, os papos com Pedro passaram a me servir de desculpa quando chegava tarde em casa. Pedro encobria a minhas traquinagens. Aposentado, começaram os problemas de saúde. Pedro sofreu muito com o diabetes tendo, inclusive, que amputar uma das pernas. Se ressentia de que só alguns poucos amigos o visitavam de vez em quando. Quanto eu ia visitá-lo, na Av. Inglaterra, nos entretínhamos lembrando os velhos tempos. Apesar dos problemas de saúde ele tinha alegria de viver. Nos últimos tempos, depois que voltei a viajar pelo Estado todo, quase não o via. Mas vez por outra, alguém me dava o recado dele: “Diga a Lula que apareça”. Ele nunca me chamou de Luiz ou de Gonzaga, sempre chamava Lula. E até nos últimos tempos continuou fiel na audiência aos meus programas. No domingo, Paulinho, seu filho excepcional, assistia ao programa com ele. Quando estava perto do programa começar, Paulinho corria, pegava o rádio e ia sentar junto de Pedro.
Na sexta-feira, cerca de meio dia, o telefone tocou. Era Neném Correia, a filha com quem ele morava, nos últimos tempos. “Luiz, painho morreu”. Deu-me um tranca na garganta e eu quase não perguntava os detalhes. Pedro falecera na véspera em casa mesmo. Dr. Miguel, que o atendia mesmo em casa, disse nos últimos dias que não adiantava mais levá-lo para o hospital. Pedro foi sepultado no final da tarde da sexta-feira. Infelizmente não deu para viajar para acompanhá-lo até a última morada. Daqui o meu agradecimento a Neném pela lembrança de me comunicar a morte de meu velho amigo. E daqui as minhas condolências a todos os familiares. Pedro Correia cumpriu a sua missão na terra, criou com dificuldades, mas com amor, numerosa família.
Pedro tinha oitenta anos de idade e lutou muito na vida. Tinha defeitos como todos nós. Era sincero quando queria dizer as coisas. Mas era extremamente fiel a todos aqueles de quem gostava. E ao longo da vida só fez amigos. Que descanse em paz.
PS: Pedro morreu no mesmo dia que Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, dezoito anos depois.
REGISTROS (05/08/2007)
Quem aniversariou no último dia 1º de agosto foi a Rádio Espinharas de Patos. Inaugurada em 1º de agosto de 1950, a Espinharas completou cinqüenta e sete anos. Desses eu tenho participado dos últimos quarenta e três. Meus parabéns à Fundação Cultural Nossa Senhora da Guia e a todos os companheiros que fazem a emissora.
Quem está aniversariando hoje é meu velho e querido amigo, Abdias Guedes Cavalcanti, velha raposa política, que chega aos 91 anos de idade. Passou por uns apertos alguns dias atrás, por problemas de saúde, mas, como sempre saiu fora. Está bem, em casa, rodeado do carinho dos filhos, netos e bisnetos, comemorando mais um aniversário. Daqui os parabéns do programa
Quem aniversariou ontem foi a senhora Francisca Maria Pereira, dona Nazinha, residente na rua José Jorge, no bairro do Santo Antônio. Dona Nazinha, sogra do meu velho amigo Dr. Manoel Luiz, fez 97 anos bem vividos. Recebendo os parabéns dos filhos Geraldo, Jorge, o Gordo e de dona Marines (esposa do Dr. Manoel). Também os nossos parabéns para ela.
Faleceu na última quarta-feira em Patos a senhora Joana Darc Tavares da Silva, recepcionista do Hospital Infantil.
Faleceu nesta quinta-feira, às dez da noite em Patos, Pedro Correia Filho, de 80 anos de idade. Pedro foi durante muito tempo nosso companheiro aqui na Rádio Espinharas, onde foi operador e comentarista de arbitragem. O sepultamente de Pedro aconteceu na sexta-feira, no final da tarde, no cemitério de Santo Antônio, do Monte Castelo. Daqui nossas condolências aos seus familiares.
Registramos o falecimento na noite da mesma quinta-feira de Dona Maria do Socorro Pereira da Silva. Socorro trabalhou durante os oito anos da administração Dinaldo Wanderley como contratada, tendo sido cedida durante cerca de quatro anos à agência local do Ministério do Trabalho, época em que trabalhou conosco, juntamente com Sílvia, Rivane e Célia. Socorro sofreu um enfarte que a levou à morte. Foi sepultada no final da tarde, no cemitério de São Miguel. Nossas condolências a todos os familiares.
Para o casal Birico e Marieta, residente no sítio Caicu, São José de Espinharas, que completou 49 anos de casados, os parabéns dos filhos Marta, Vilma, Fideralino, Vera e Verlânia, genros, netos e bisnetos, desejando aos dois muita paz, muito amor e muitos anos de vida.
REGISTROS (29/07/2007)
Há pouco mais de um ano, Bruno, meu filho do meio, me contou que tinha um colega de universidade, Felipe Dantas, que era filho de um colega meu aposentado do Banco do Brasil que trabalhara em Patos e Campina Grande. Logo me lembrei de Vandoni Dantas, que além de colega de banco fora meu colega no primeiro ano científico no antigo Colégio Diocesano de Patos. Contei a Bruno que se tratava de um colega altamente estudioso que disputava comigo as melhores notas da turma, embora ele quase sempre levasse vantagem. Alguns dias depois, conheci Felipe que confirmou que seu pai era realmente Vandoni, agora aposentado, viúvo e residindo na capital. Apesar do desejo de rever o velho colega, não foi possível nos reencontrarmos. Há cerca de quinze dias, um nosso colega de colégio e de banco, Francisco das Chagas Pereira (o Chico Anjinho, aposentado como meu e que voltou à ativa na Justiça do Trabalho em Pernambuco), em viagem que fizemos juntos na Guanabara em busca de Patos, deu-me notícia de que Vandoni estava com problemas de saúde. Na última quinta, Bruno me deu notícia de que recebera um e-mail em que Felipe agradecia aos colegas de classe que haviam estado no velório de seu pai. Só aí vim a saber do falecimento do velho amigo e companheiro de escola e de banco. Natural da antiga Desterro de Malta, seus pais tudo fizeram para encaminhar os filhos para os estudos e na vida. Vandoni virou bancário e economista, Landes era veterinário, Vandorli foi meu aluno e é mecânico dos mais competentes e honestos. Vandoni era daqueles alunos dedicados, que se daria bem em tudo o que fizesse. Entrou no banco, antes de mim e, quando cheguei na agência de Patos em 1970, ele já trabalhava em Campina Grande. Ali fez carreira, sendo muito benquisto e respeitado por sua competência e dedicação. Aposentado e viúvo, morava em João Pessoa e se dedicava a ajudar nos trabalhos pastorais da igreja de sua paróquia, onde na última sexta-feira, foi celebrada a missa de sétimo dia em sufrágio de sua alma. Vandoni tinha 68 anos de idade, havia passado nos últimos tempos por problemas cardíacos, mas veio a falecer do mesmo mal que havia vitimado sua esposa. E, por coincidência um ano e um dia depois do seu irmão Landes e cinco anos, menos um dia, depois do seu pai. Daqui para todos os familiares as nossas condolências.
Notícias do final de semana davam conta de que continua bom o estado de saúde do nosso velho amigo Abdias Guedes Cavalcanti. Os médicos já o tinham, inclusive, liberado para ir para casa, o que não sabemos se teria acontecido nas últimas horas. Daqui continuamos torcendo pelo nosso velho amigo que, no próximo domingo, se Deus quiser, estará completando 91 anos de idade.
Registramos o aniversário, ontem, do meu cunhado Alberto, o mais novo dos filhos de Dona Maria Nóbrega, que no próximo dia 20 está fechando os oitenta anos. Alberto recebeu parabéns da mãe, dos manos Ataimar, Ademir, Ademar, Arlene, Auzenir, Aldo, Ângela e Aécio. Dos Cunhados e sobrinhos.