domingo, 21 de setembro de 2008

Semana de 15 a 21/09/2008 - Opinião

Quem se elege vereador em Patos?
Depois do comentário que fiz no domingo, 14/09, sobre a importância do voto de vereador, muita gente me cobrou, esta semana (que passei trabalhando na região), quem tem chances de se eleger vereador patoense, nas próximas eleições.
Quem sou eu para fazer prognósticos desta natureza, principalmente porque tenho estado fora de Patos, sem acompanhar a campanha política.
Tentarei, entretanto, analisar aqui alguns fatos, para que o ouvinte faça, ele próprio, uma avaliação.
Em 2004, embora tenha perdido as eleições para prefeito, o grupo que apoiava Dineudes fez a maioria da nossa Câmara: seis vereadores contra quatro da atual situação.
Logo no início da atual administração, pelo menos quatro dos vereadores de oposição foram atraídos para a base do prefeito, com aqueles atrativos que o poder tem a oferecer e outros mais consistentes, de que se tem notícia. O prefeito passou a ter uma folgada maioria, diante de uma oposição enfraquecida, porém atenta e atuante. E de um vereador independente que não desapontou os seus eleitores.
Dos atuais vereadores nove tentam a reeleição. Um deles de volta ao redil inicial apóia a reeleição de um companheiro de Câmara. A velha acusação de traição e de venalidade que acompanha os que mudam de partido é lembrada por quem analisa as possibilidades dos que mudaram de lado. A tradição do eleitorado patoense é punir quem trai. Dos acusados de mudar de posição, dois tentam se encaixar no novo partido, embora muitos lembrem que, quem muda, nunca goza de muita confiança no novo ninho, nem é perdoado pelos que se julgam traídos. Um terceiro nome é dado como tendo voltado ao velho ninho. Não se sabe é se os antigos aliados lhe perdoarão o “vai-e-vem”.
Dos que permaneceram, onde sempre estiveram, quase todos são dados como reeleitos, embora alguns estejam sujeitos a uma “briga-de-foice-no-escuro”. Na oposição podem surgir novos nomes para suprir a falta dos infiéis que forem punidos. Entre estes novos nomes, podem estar figuras conhecidas de outras eleições, oriundos do chapão formado por suplentes e ex-vereadores. Na situação, nomes bem abonados financeiramente podem ser a grande surpresa da futura Câmara. Não estou dizendo que estes capitalizados vão comprar votos (a Justiça está atenta). Mas eles têm condições de uma divulgação mais intensa e de manter equipes de cabos eleitorais mais numerosas e articuladas. Dois dos “trens-pagadores” das eleições passadas voltam com esta fama. Um deles conseguiu se fazer notar nos últimos quatro anos, o que pode facilitar sua volta. A outra figura, com atuação pouco notada, terá que repetir o esforço de 2004 e conta com uma equipe talvez mais experiente.
A “briga-de-foice-no-escuro” acontece, principalmente, na situação.
Tem muito “puxador” de voto para um número reduzido de vagas possíveis. São uns dez puxadores de votos para as cinco ou seis vagas projetadas. Isso não quer dizer que na oposição não haja acirramento de disputas. A disputa é que é mais silenciosa, sem os holofotes que a proximidade do poder proporciona.
Dentro da “briga-de-foice-no-escuro” da situação há uma briga localizada, envolvendo pelo menos quatro vereadores. Disputam a eleição, a condição de mais votado e o comando da futura mesa da Câmara. Nesta briga, os ânimos estão tão exaltados que podem deixar seqüelas. Como alguns já partiram para o plano pessoal, há quem não freqüente mais o mesmo palanque, quem trabalhe em faixa própria e quem garanta que não vota em determinado correligionário em uma futura eleição da mesa da Câmara. Como alguns acusam a direção partidária de tomar partido, a coisa pode ficar incontrolável.
O ouvinte pode achar que deixei mais perguntas do que respostas. Todos hão de entender, entretanto, que a legislação eleitoral me impede de ser mais claro do que fui. Quem conhece os subterrâneos da política patoense há de me ter entendido. As dúvidas suscitarão o debate.
Num chute ou projeção, como queiram, acredito que em torno de sessenta por cento nos nove que concorrem à reeleição conseguirá se reeleger. Só não queiram que eu diga quem são. Nem que a Justiça me permitisse nomeá-los eu saberia dizer. Na situação, pelo menos quatro devem voltar. Na oposição dois têm muita chance. Mais do que isso não posso falar.
Dois dos novos, abonados, são dados como tendo eleição certa. Resta saber se souberam investir. Há também um nome forte por conta de longa tradição familiar e participação no trabalho de uma importante pasta social. Alguns candidatos que não obtiveram sucesso em tentativas anteriores podem ter mais sorte agora, principalmente no campo da esquerda, de onde, pelo menos um vereador deve sair.
O ouvinte talvez me pergunte em que me baseio para fazer as previsões, se confessei está por fora da campanha política. Em duas coisas. Nas conversas com analistas locais e na história da política patoense que tenho acompanhado nos últimos quarenta anos. Há candidatos a vereador que têm uma base e que, em cima dela, buscam novos eleitores. Esta base pode ser uma comunidade em que trabalham há muitos anos, um partido a que sempre manifestaram fidelidade, uma categoria comum entre eleitor e candidato (se algumas classes não fossem tão desunidas poderíamos ter surptesas), uma atuação boa em mandatos anteriores, um vasto círculo de amizades e até um investimento bem feito. Alguns juntam mais de uma circunstância. Há candidatos com base em um determinado bairro e fidelidade canina a um partido. Conta com dois fatores favoráveis o que tem garantido sua permanência na política. Outros que têm dinheiro e uma base razoável, também podem se manter no posto.
Alguns outros fatores novos têm que ser levados em consideração. As comunidades mais antigas são mais fiéis do que as novas. Os correligionários antigos são mais fiéis do que os novos. A gratidão pessoal hoje é cada vez mais frágil. Os amigos antigos são mais firmes. Um fenômeno novo: a juventude influi mais sobre os pais do que estes sobre os filhos. O eleitor de primeira eleição é mais confiável do que o eleitor que participou de mais competições (verdadeiro desde os tempos de Vigolvino). Partido antigo tem mais influência no voto do que partido novo. Partido ideológico só PT, PCdoB e, ocupando novos espaços, o PSB (na esteira de Ricardo Coutinho), com influência, entretanto, ainda diluída. Há uma fulanização da política. É cada vez menor o número de eleitores que vota pelo partido. A maioria volta em “fulano”. Por sinal, você sabe de que partido é seu candidato a prefeito? E o seu vereador? Em que partido você votou na última eleição?
E para concluir. Com relação à qualidade dos que podem voltar e dos que podem vir como novidade, que me perdoem. Nada posso avançar. Torço por que haja mais “canários” do que “papa-sebos”. Espero que, pelo menos, três canários voltem. Uns dois galos de campina. E livrai-nos dos “papa-sebos”. Que, entre os novos, alguns nos surpreendam e não “façam feio”, na “gaiola-de-ouro”.
A nós eleitores cabe fazermos a nossa parte. Votar naqueles que possam melhor nos representar na Casa de Juvenal Lúcio de Sousa. Cada povo tem os representantes que merece. O terceiro maior centro universitário do Estado, capital do Sertão em todos os sentidos, não pode passar a vergonha de ter vereadores despreparados para a função, venais e subservientes e sem nenhum compromisso com os interesses da comunidade. (LG)
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Confusão do trânsito não foi provocada pela STTRANS.
A semana passada veiculamos aqui várias críticas, nossas e de terceiros, sobre a confusão existente no trânsito de Patos agora durante a festa da Padroeira. Alguns ouvintes entenderam que tínhamos alguma coisa contra a administração da STTRANS que sofre bombardeio intenso por parte de determinados setores ligados à administração municipal. Segundo eles, algumas lideranças da situação teriam inclusive pedido a cabeça do atual superintendente por conta de apoio que a família dele dá a um candidato do partido, mas diferente de um outro privilegiado pela cúpula partidária. Longe de mim fornecer combustível para “fritar” qualquer autoridade. Quem nos acompanha no programa sabe que sempre temos apoiado a STTRANS em todas as medidas positivas tomadas desde o início da atual administração, inclusive algumas encaradas, inicialmente, com antipatia como a mão única da rua Irineu Jóffily e a zona azul. Medidas tomadas por Rildean, nosso velho conhecido, e medidas tomadas pelo Dr. Corsino, a quem sequer conhecemos pessoalmente, foram elogiadas e apoiadas por nós, que também os criticamos quando não concordávamos com outras medidas.
As decisões tomadas com relação aos locais utilizados pela Festa da Padroeira parece que foram tomadas unilateralmente, de acordo com reclamação feita pelo próprio Delegado Regional da Polícia Civil que foi surpreendido com a interdição da parte fronteira às delegacias distritais, na rua Bossuet Wanderley, com risco até para a eficiência da ação policial, segundo o Dr. Marcos Vasconcelos.
E tudo indica que as autoridades de trânsito também não foram ouvidas. A interdição de uma das faixas da Solon de Lucena e Epitácio Pessoa (diferente da faixa interditada em ocasiões anteriores) foi um absurdo que até quem não é especialista está vendo. O tráfego que vem de Cajazeiras e Campina Grande e busca o Vale do Piancó e a Serra do Teixeira tem fluxo normal pela Pedro Firmino e pela Leôncio Wanderley seguindo direto até alcançar a Felizardo Leite ou a Pedro Segundo, sem precisar passar pelo Centro da cidade (Solon de Lucena e Epitácio Pessoa). A outra faixa destas duas ruas era vital para o tráfego de quem vem de Teixeira e Piancó, principalmente, durante o dia. A interdição da faixa da Igreja da Conceição em diante está provocando engarrafamentos na rua do Prado e grandes transtornos para os veículos grandes que são obrigados a trafegar por ruas estreitas como parte da Deodoro da Fonseca, Tiradentes, Miguel Sátiro e adjacências.
Qualquer que seja a próxima administração tem que encarar o problema com responsabilidade. O centro de Patos não pode ser interditado por qualquer evento religioso ou social. O porte da nossa cidade e a intensidade de nosso trânsito, inclusive com veículos pesados não permite improvisações. O próprio vigário da Catedral, Padre Expedito, já admitiu transferir a parte social da festa para o Terreiro do Forró ou outra praça de eventos que o substitua, desde que a população seja consultada. As solenidades religiosas campais ligadas à Catedral já tem o seu espaço com o largo criado ao lado da nossa Igreja Maior, como o têm as demais Matrizes da cidade.
Não temos nada com a briga de bastidores em que se visa retaliar o dirigente da STTRANS por apoiar candidato diferente dos privilegiados da cúpula, embora da mesma filiação partidária. Eles que são brancos que se entendam. Também não temos intenção de fornecer combustível para alimentar esta briga, cujo desfecho revelará quem é quem na administração. (LG)

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