AGENTES DE COMBATES ÁS ENDEMIAS QUEREM ANULAR CONCURSO.
A Presidente do Sindicato Estadual de Agentes de Combate às Endemias esteve em Patos, ontem, e discutiu com os agentes locais as denúncias de irregularidades em concurso recente promovido pela Prefeitura de Patos para regularização da situação dos agentes que prestam serviço em Patos. Na reunião foram tiradas três indicações: o Sindicato entra amanhã na Justiça com pedido de anulação do concurso alegando irregularidades para o que teria robustas provas; realizará uma grande mobilização em Patos no dia 19 de junho, quando tentará trazer à cidade representantes de várias outras cidades do Estado; fará pressão sobre a Câmara de Vereadores pela aprovação de Lei que regularize os agentes sem a realizar de concurso ou processo seletivo, alegando que os agentes passaram por processo seletivo.
Em entrevista à imprensa, o prefeito Nabor Wanderley declarou que vai apurar as denúncias e ele próprio determinará a anulação do concurso se constatar as irregularidades. Para isso disse que determinará a realização de sindicância em que deverão ser ouvidos todos os denunciantes, seja agentes, seja vereadores que levantaram dúvida sobre a seriedade da seleção.
Com relação à alegação feita pelo Sindicato de que os agentes locais passaram por processo seletivo, é uma novidade para nós. Participamos de várias diligências solicitadas pelo Ministério Público do Trabalho e em todas elas o que colhemos foi que os agentes comunitários de saúde em sua maior parte haviam passado por um processo seletivo realizado pela Secretaria de Saúde do Estado. No caso dos agentes de combates às endemias, em nenhum dos municípios visitados comprovamos a realização de processo seletivo. Em todos eles houve um treinamento proporcionado pela FUNASA e com a participação apenas dos indicados pelas respectivas administrações, sem qualquer caráter seletivo. No nosso modesto entendimento, o processo seletivo feito pela Secretaria de Saúde do Estado se enquadra na ressalva do parágrafo único do artigo 2º da Emenda Constitucional nº 51, segundo o qual os agentes ficam dispensados de se submeter ao processo seletivo público “desde que tenham sido contratados a partir de anterior processo de Seleção Pública efetuado por órgãos ou entes da administração direta ou indireta de Estado, Distrito Federal ou Município ou por outras instituições com a efetiva supervisão e autorização da administração direta dos entes da federação”. No mesmo sentido a Lei 11.350 que regulamentou a questão. O treinamento da FUNASA, sem um processo seletivo público, não atende aos ditames da lei. (LG)
CÁSSIO GARANTIU INAUGURAÇÃO DE PRESÍDIO EM JULHO E OUTRAS OBRAS.
Atendendo a indagação que foi feita no seu programa semanal de rádio, pelo suplente de vereador José Pindola, o governador Cássio Cunha Lima garantiu que inaugura o Presídio Regional de Patos, no próximo mês de julho, que iniciará casas no Bivar Olinto nos próximos dias e que construirá um Ginásio de Esportes no bairro do Jatobá. O governador confirmou em parte obras anunciadas domingo passado pelo deputado estadual Dinaldo Wanderley. (LG)
NABOR VIAJA AMANHÃ PARA BRASÍLIA.
O prefeito Nabor Wanderley viaja amanhã para Brasília. O prefeito patoense que chegou da capital federal no meio da semana, volta a percorrer gabinetes de Brasília em busca de recursos que alavanquem a sua administração. Vai “passar o pires”, eufemismo para o costume de administradores irem mendigar recursos em Brasília. (LG)
FESTIVAL DO FORRÓ PÉ DE SERRA TEM DEZ CLASSIFICADAS PARA A FINAL DE 21 DE JUNHO.
Depois das duas eliminatórias, realizadas na sexta da semana passada, na Praça Coração do Jatobá, e na última sexta, na Praça do São Sebastião, foram escolhidas as dez músicas que vão concorrer à finalíssima do evento a ser realizada no dia da abertura do São João, na quinta-feira, 21 de junho. Na primeira eliminatória foram classificadas as músicas: Conquistando Espaço (Antônio Rogério Ferreira Viana e Trio Valeu o Boi), Eu Gosto de Dançar Forró (Geraldo Meira de Lima e trio Forró do Bom), A Beleza do Sertão (Francisco Soares de Lima – Os Quatro do Xamego), Patos fez por Merecer (Joaci Nobre de Medeiros e Trio Som Musical) e Forró do Pinharas (Francisco Soares de Lima e Trio Dedé de Helena). Na eliminatória da última sexta, se classificaram: Patos de Majó Migué (Metódio Perônico - Trio Maçã do Amor); Patos, Morada do Sol (Gilmar e Trio Forró Chinelo Dela); Minha cidade é assim, (de Jerry Adriano Cordeiro, que se apresenta com o Trio Manhoso); Vou soltar meu balão (Manoel Messias da Silva - Trio Compasso do Forró); e Boca com bico (Antônio Lisboa de Medeiros Lucena - Trio Amigos do Forró).
As dez classificadas se apresentam para o público na primeira noite de São João e serão avaliados por músicos. Os prêmios para as três primeiras colocadas são: 1º lugar receberá a importância de R$ 1 mil e 500 cópias de sua música gravada em CD. Para o segundo lugar a Prefeitura está oferecendo R$ 500,00 e 300 cópias de CD, e finalmente a terceira música classificada R$ 300,00 e 100 CDs. O melhor intérprete será agraciado com o troféu Mestre Félix, numa justa homenagem ao sanfoneiro que fez história no município de Patos, vindo a falecer aos 96 anos ainda tocando seus teclados.
Além das premiações para os três primeiros lugares que terão os CDs gravados com o repertório das respectivas bandas, será feita uma gravação em CD de todas as músicas concorrentes. (LG)
DR. IVANES QUER CONVOCAR SECRETÁRIO PARA EXPLICAR DENÚNCIAS.
O Dr. Ivanes Lacerda anunciou que vai apresentar requerimento, esta semana, convidando o Secretário de Saúde do Município, José Francisco de Sousa (Zeca), a comparecer à Câmara para prestar esclarecimento aos vereadores sobre denúncias feitas por candidatos que participaram de recente concurso para preenchimento de cargos de agentes de combate às endemias de que teriam ocorrido várias irregularidades na seleção realizada domingo passado. Na terça-feira, o Secretário vai comparecer à Câmara por solicitação do vereador Inácio de Gelo para falar sobre os planos da pasta para o segundo semestre, mas o regimento interno proíbe que ela seja indagado sobre as irregularidades no concurso já que o motivo da primeira convocação é específico. (LG)
domingo, 10 de junho de 2007
UM SUCESSO O SÃO JOÃO QUE OS PATOENSES FIZERAM NA CAPITAL.
Foi um sucesso a primeira festa promovida pela Associação dos Filhos e Amigos de Patos na capital do Estado. O Arraiá do Majó Migué estava lotado no São João da ASFAP. Nem, a chuva afugentou a multidão que acorreu para dançar um forró-pé-de-serra da melhor qualidade. Idácio Souto e Priori passaram a sexta removendo obstáculos burocráticos e armando o “arraiá” que interditou uma rua do bairro do Cabo Branco onde foram montadas cerca de dez grandes tendas que protegeram da a multidão da intensa chuva que caiu durante toda a noite. João Batista Crispim se encarregara da venda de mesas e superintendia o bar com cerca de dez garçons que prestaram um serviço impecável. O presidente Josean Freire ria à toa com o sucesso da festa. O som ficou por conta de uma banda também formada por patoenses e amigos de Patos que está deslanchando na capital. Edmundo, sanfoneiro bom de Vista Serrana e colega do BB, com os seus cabras defenderam um excelente repertório com músicas do Rei do Baião, Jackson do Pandeiro, a rainha Marinês, Flávio José, Pinto do Acordeon, Santanna e outros cobras do forró. Com direito a uma canja dos Irmãos Carne de Sol, à frente Iran Nóbrega, filhos do legendário Rei da Carne de Sol. Iran apresentou ao público a sua música classificada na etapa Pedras de Fogo do Forró Fest deste ano. A surpresa Ivaldo num afinadíssimo fole de oito baixos.
Apesar do piso áspero da rua, muita gente aproveitou e dançou o nosso legítimo forró. Embora alguns, como observava alguém, tenham ficado na atitude Festa de Setembro “só vendo banda passar”, talvez esperando os leilões, a maioria aproveitou a festa.
Além do divertimento em si, a promoção da ASFAP cumpriu a grande finalidade da Associação. Promoveu o reencontro dos filhos da terra. Ali fui reencontrar Audifax Toscano (Lírio) colega aposentado do BB que não via há uns vinte anos. Alguns descobriram a Associação por conta da notícia desta, caso do Dr. Luciano César que veio para a festa porque ouviu falar num dos meus programas que acontecera uma seresta na sexta da semana passada e que esta semana haveria um forró. Estava lá trocando figurinhas com o colega (dele) Zé Afonso. Reencontrei alguns ex-alunos já exibindo filhos encaminhados na vida, como o Dr. Normando Salomão com um dos seus, “cobra” em factoring, e o pequeno Dênisson Palmeira Ramos que exibia um latagão, advogado da Advocacia Geral da União. Uma das coisas boas da festa foi justamente isso. Os meninos dos anos sessenta nos apresentaram seus filhos já criados. Alguns trouxeram até os netos. Uma festa da família.
Vou deixar para os cronistas sociais (Osvaldo Medeiros estava lá de mesa em mesa) a tarefa de relacionar nomes. Até porque havia algumas figuras que vieram de Patos há muito tempo e eu não conhecia. Evito cometer injustiças. Em resumo a festa foi um sucesso e eu tenho certeza que vai passar a integrar o calendário dos eventos patoenses. A associação se firma, passa a ser uma opção para a gente encontrar amigos e conhecidos aqui na capital, e, seguramente, os mais de cem sócios de agora em breve duplicarão. Quem não foi, não sabe o que perdeu. Mas já está no tempo de aproveitarem o que a ASFAP oferece. Um local de reencontro com os amigos de Patos, todos os finais de semana, num local privilegiado, na praia de Cabo Branco. Por sinal, os sócios estão esperando o cumprimento de uma promessa do prefeito Nabor Wanderley de ajudar a Associação.
Parabéns à diretoria da ASFAP pela organização, mas antes de tudo parabéns a todos os que compareceram e fizeram o sucesso da festa. (LG)
Foi um sucesso a primeira festa promovida pela Associação dos Filhos e Amigos de Patos na capital do Estado. O Arraiá do Majó Migué estava lotado no São João da ASFAP. Nem, a chuva afugentou a multidão que acorreu para dançar um forró-pé-de-serra da melhor qualidade. Idácio Souto e Priori passaram a sexta removendo obstáculos burocráticos e armando o “arraiá” que interditou uma rua do bairro do Cabo Branco onde foram montadas cerca de dez grandes tendas que protegeram da a multidão da intensa chuva que caiu durante toda a noite. João Batista Crispim se encarregara da venda de mesas e superintendia o bar com cerca de dez garçons que prestaram um serviço impecável. O presidente Josean Freire ria à toa com o sucesso da festa. O som ficou por conta de uma banda também formada por patoenses e amigos de Patos que está deslanchando na capital. Edmundo, sanfoneiro bom de Vista Serrana e colega do BB, com os seus cabras defenderam um excelente repertório com músicas do Rei do Baião, Jackson do Pandeiro, a rainha Marinês, Flávio José, Pinto do Acordeon, Santanna e outros cobras do forró. Com direito a uma canja dos Irmãos Carne de Sol, à frente Iran Nóbrega, filhos do legendário Rei da Carne de Sol. Iran apresentou ao público a sua música classificada na etapa Pedras de Fogo do Forró Fest deste ano. A surpresa Ivaldo num afinadíssimo fole de oito baixos.
Apesar do piso áspero da rua, muita gente aproveitou e dançou o nosso legítimo forró. Embora alguns, como observava alguém, tenham ficado na atitude Festa de Setembro “só vendo banda passar”, talvez esperando os leilões, a maioria aproveitou a festa.
Além do divertimento em si, a promoção da ASFAP cumpriu a grande finalidade da Associação. Promoveu o reencontro dos filhos da terra. Ali fui reencontrar Audifax Toscano (Lírio) colega aposentado do BB que não via há uns vinte anos. Alguns descobriram a Associação por conta da notícia desta, caso do Dr. Luciano César que veio para a festa porque ouviu falar num dos meus programas que acontecera uma seresta na sexta da semana passada e que esta semana haveria um forró. Estava lá trocando figurinhas com o colega (dele) Zé Afonso. Reencontrei alguns ex-alunos já exibindo filhos encaminhados na vida, como o Dr. Normando Salomão com um dos seus, “cobra” em factoring, e o pequeno Dênisson Palmeira Ramos que exibia um latagão, advogado da Advocacia Geral da União. Uma das coisas boas da festa foi justamente isso. Os meninos dos anos sessenta nos apresentaram seus filhos já criados. Alguns trouxeram até os netos. Uma festa da família.
Vou deixar para os cronistas sociais (Osvaldo Medeiros estava lá de mesa em mesa) a tarefa de relacionar nomes. Até porque havia algumas figuras que vieram de Patos há muito tempo e eu não conhecia. Evito cometer injustiças. Em resumo a festa foi um sucesso e eu tenho certeza que vai passar a integrar o calendário dos eventos patoenses. A associação se firma, passa a ser uma opção para a gente encontrar amigos e conhecidos aqui na capital, e, seguramente, os mais de cem sócios de agora em breve duplicarão. Quem não foi, não sabe o que perdeu. Mas já está no tempo de aproveitarem o que a ASFAP oferece. Um local de reencontro com os amigos de Patos, todos os finais de semana, num local privilegiado, na praia de Cabo Branco. Por sinal, os sócios estão esperando o cumprimento de uma promessa do prefeito Nabor Wanderley de ajudar a Associação.
Parabéns à diretoria da ASFAP pela organização, mas antes de tudo parabéns a todos os que compareceram e fizeram o sucesso da festa. (LG)
ANTÔNIO TOTA - UM GRANDE PREFEITO.
O reconhecimento deste fato não é mera decorrência do recente falecimento de Antônio Soares de Figueiredo, dentro daquela sabedoria popular que diz “quer ser bom, morra”. Nem da amizade pessoal que nos unia. E que garantia a audiência e o patrocínio que concedia ao programa. Ninguém que tenha conhecido o homem que foi prefeito de Mãe Dágua por quatro mandatos, pode negar este fato. Como pessoa, tinha os defeitos que todos nós temos. Como muitos de nós pode ter cometido excessos na juventude, mas no exercício de um cargo público é citado como modelo.
Há trinta anos, este sertanejo que não usava meias-palavras, franco de doer, conduziu os destinos da cidade de Mãe Dágua, um lugar onde só vai quem tem negócio, mas onde a administração pública funcionava com é raro em nossos tempos. A Educação educava. A Saúde prevenia e curava. As estradas eram conservadas (Todo ano custeava a recuperação do trecho São José do Bonfim-Mãe Dágua executada pelo DER). O transporte escolar servia exclusivamente aos estudantes. Os funcionários públicos (pasmem!) trabalhavam. E recebiam sempre em dia. Os fornecedores nem precisavam ir atrás do pagamento. E ninguém, por mais amigo que fosse, tinha coragem de propor a ele um negócio escuso. Governou com “mão-de-ferro”, mas com honestidade. Assim como todos os que indicou e apoiou, em três dos mandatos em que ele próprio não podia concorrer. Para esses era fiscal intransigente.
Exemplos de como as coisas funcionavam em Mãe Dágua são inúmeros. O médico do PSF permanecia na cidade os cinco dias da semana. O médico que prestasse serviço no hospital morava no próprio hospital. A ambulância estava a postos para deslocar para Patos e outros centros os que o médico do hospital local não podia acudir. O ônibus escolar só carregava um passageiro numa emergência e se autorizado pelo próprio prefeito. Em Patos, depois de conduzir às suas escolas todos os alunos que trouxera de Mãe Dágua, o ônibus estacionava próximo à casa de Toinho, onde ficava até a hora de recolher os estudantes. Os recursos da Prefeitura eram aplicados com o conhecimento da população e todos os programas de educação, saúde e assistência social funcionavam “pelo livro”.
Estivemos na cidade duas vezes em missão oficial. De uma vez para levantar possíveis débitos para com o FGTS, só encontramos pequenas diferenças prontamente sanadas. (E, Toinho exigiu de nós que lhe comunicássemos qualquer irregularidade que encontrássemos, mesmo que não fosse da nossa conta). De outra, fomos com um colega verificar o funcionamento do PETI, programa do Governo Federal que se destina a evitar o trabalho infantil. O colega, que coordena o PETI a nível estadual no que toca ao Ministério do Trabalho, ficou impressionado com a regularidade do programa e citou Mãe Dágua, em um Seminário realizado em João Pessoa (I Seminário Estadual Sobre o Trabalho da Criança e do Adolescente, nos dias 30 e 31 de janeiro de 2002) como exemplo de funcionamento pleno e efetivo do programa.
No comércio e setor de serviços de Patos é legendária a regularidade com que a Prefeitura de Mãe Dágua paga os seus compromissos, coisa raríssima em nossas prefeituras. O fornecedor não precisava enfrentar os 38 km até Mãe Dágua para ir receber contas. O próprio tesoureiro, às vezes o próprio Antônio Tota é que ia fazer os pagamentos no próprio estabelecimento. No Campo do Rato diziam que ela mandava fazer fila. Durante os trinta anos em que conduziu, direta ou indiretamente, a administração de Mãe Dágua, só um ano o TCE levantou dúvidas sobre alguns pagamentos, o que foi devidamente explicado sem prejuízo para a aprovação das contas.
Por tudo isso, Antônio Tota foi reconhecido como um grande administrador municipal. Quem conhece Mãe Dágua, depois de enfrentar os trinta e oito quilômetros que a cidade dista de Patos, vinte e um deles em estrada de terra (cujo capeamento asfáltico era o maior sonho de Toinho), se surpreende de ver uma cidade pequena, porém toda calçada, com as repartições públicas todas bem acomodadas e com tudo funcionando, todo dia.
Era corrente entre prefeitos uma história que teria acontecido em uma reunião de prefeitos em João Pessoa. Diante de colegas que em sua maioria reclamavam da falta de recursos na administração Toinho Tota teria feito um desafio. Quem de vocês qjuer me arrendar a sua Prefeitura. Em Mãe Dágua o dinheiro dá e sobra. E era verdade, o dinheiro de Mãe Dágua rendia como em poucas outras prefeituras.
Antônio Tota nasceu em Mãe Dágua, em 06 de janeiro de 1939, e amava a sua terra. De lá saiu para estudar, formando-se em Agronomia e prestando serviços à Secretaria de Agricultura do Estado ao longo de toda a vida, salvo os períodos em que exerceu mandatos. Fazendeiro no município, em 1976 elegeu-se prefeito e a partir de 1977, quando tomou posse, passou a comandar a política de Mãe Dágua. Prefeito quatro vezes (77/82, 89/93, 97/2000 e 2001/2004), indicou e apoiou os outros três prefeitos do período (83/89, 93/97 e 2005/2008). O longo comando se deveu antes de tudo à sua grande capacidade administrativa e política e não ao fato de lhe faltarem adversários. ]
De habitual “cara-feia”, era na intimidade brincalhão e gozador. Tinha verdadeira devoção pela família: pai, mãe, esposa, filha, irmãos, sobrinhos, genro e, agora, os dois netos que faziam dele “gato-e-sapato”. Felipe, de sete anos, o chamava de “Bobo” e alegava para o pai e a mãe que estava cuidando do avô, para não ir dormir em casa.
Antônio Tota atendia a todos que o procuravam. Se não podia atender dentro da jurisdição do município e com os recursos públicos, atendia de seu próprio bolso a quem realmente precisasse ou a um amigo em dificuldades. E ninguém ousava tentar enrolá-lo.
Não só Mãe Dágua perdeu um grande administrador. Patos perdeu um grande amigo. A prova foi a multidão que esteve no seu velório e compareceu ao seu sepultamento. Deputados, prefeitos, vereadores, lideranças políticas e o povo de Mãe Dágua, de Patos e das cidades vizinhas foram vê-lo pela última vez ou acompanhá-lo até o cemitério de Santo Antônio onde foi sepultado no domingo, por volta do meio dia. Antônio Tota faleceu no sábado, por volta de sete e meia da noite, quando dava entrada no Hospital São Francisco, vizinho à sua residência. Sentiu-se mal, quando dava uma volta pela cidade, como fazia todas as noites. Próximo ao Posto Redenção do Vale, pediu a um frentista para assumir a direção do veículo pois estava se sentindo mal. No caminho incentivava o motorista a ser mais rápido pois estava muito mal. A assistência médica não foi alcançada a tempo. O anúncio de sua morte surpreendeu a todos. Cuidava da saúde e vinha suplantando os problemas que a idade acarreta. Caminhava diariamente e vinha evitando a bebida, como ocorrera naquele dia que passara todo na fazenda, entre amigos, brincando, mas sem beber.
Daqui transmitimos, mais uma vez, a dona Margarida, à filha Herta, ao genro Monaci Marques (prefeito de Vista Serrana), aos netos Felipe e Maria Heloísa, a todos os irmãos e sobrinhos (inclusive Kléber e Júnior, ex e atual prefeitos) as nossas condolências.
Antônio Soares de Figueiredo, Antônio Tota, cumpriu a sua missão na terra. Foi um exemplo de administrador. (LG)
O reconhecimento deste fato não é mera decorrência do recente falecimento de Antônio Soares de Figueiredo, dentro daquela sabedoria popular que diz “quer ser bom, morra”. Nem da amizade pessoal que nos unia. E que garantia a audiência e o patrocínio que concedia ao programa. Ninguém que tenha conhecido o homem que foi prefeito de Mãe Dágua por quatro mandatos, pode negar este fato. Como pessoa, tinha os defeitos que todos nós temos. Como muitos de nós pode ter cometido excessos na juventude, mas no exercício de um cargo público é citado como modelo.
Há trinta anos, este sertanejo que não usava meias-palavras, franco de doer, conduziu os destinos da cidade de Mãe Dágua, um lugar onde só vai quem tem negócio, mas onde a administração pública funcionava com é raro em nossos tempos. A Educação educava. A Saúde prevenia e curava. As estradas eram conservadas (Todo ano custeava a recuperação do trecho São José do Bonfim-Mãe Dágua executada pelo DER). O transporte escolar servia exclusivamente aos estudantes. Os funcionários públicos (pasmem!) trabalhavam. E recebiam sempre em dia. Os fornecedores nem precisavam ir atrás do pagamento. E ninguém, por mais amigo que fosse, tinha coragem de propor a ele um negócio escuso. Governou com “mão-de-ferro”, mas com honestidade. Assim como todos os que indicou e apoiou, em três dos mandatos em que ele próprio não podia concorrer. Para esses era fiscal intransigente.
Exemplos de como as coisas funcionavam em Mãe Dágua são inúmeros. O médico do PSF permanecia na cidade os cinco dias da semana. O médico que prestasse serviço no hospital morava no próprio hospital. A ambulância estava a postos para deslocar para Patos e outros centros os que o médico do hospital local não podia acudir. O ônibus escolar só carregava um passageiro numa emergência e se autorizado pelo próprio prefeito. Em Patos, depois de conduzir às suas escolas todos os alunos que trouxera de Mãe Dágua, o ônibus estacionava próximo à casa de Toinho, onde ficava até a hora de recolher os estudantes. Os recursos da Prefeitura eram aplicados com o conhecimento da população e todos os programas de educação, saúde e assistência social funcionavam “pelo livro”.
Estivemos na cidade duas vezes em missão oficial. De uma vez para levantar possíveis débitos para com o FGTS, só encontramos pequenas diferenças prontamente sanadas. (E, Toinho exigiu de nós que lhe comunicássemos qualquer irregularidade que encontrássemos, mesmo que não fosse da nossa conta). De outra, fomos com um colega verificar o funcionamento do PETI, programa do Governo Federal que se destina a evitar o trabalho infantil. O colega, que coordena o PETI a nível estadual no que toca ao Ministério do Trabalho, ficou impressionado com a regularidade do programa e citou Mãe Dágua, em um Seminário realizado em João Pessoa (I Seminário Estadual Sobre o Trabalho da Criança e do Adolescente, nos dias 30 e 31 de janeiro de 2002) como exemplo de funcionamento pleno e efetivo do programa.
No comércio e setor de serviços de Patos é legendária a regularidade com que a Prefeitura de Mãe Dágua paga os seus compromissos, coisa raríssima em nossas prefeituras. O fornecedor não precisava enfrentar os 38 km até Mãe Dágua para ir receber contas. O próprio tesoureiro, às vezes o próprio Antônio Tota é que ia fazer os pagamentos no próprio estabelecimento. No Campo do Rato diziam que ela mandava fazer fila. Durante os trinta anos em que conduziu, direta ou indiretamente, a administração de Mãe Dágua, só um ano o TCE levantou dúvidas sobre alguns pagamentos, o que foi devidamente explicado sem prejuízo para a aprovação das contas.
Por tudo isso, Antônio Tota foi reconhecido como um grande administrador municipal. Quem conhece Mãe Dágua, depois de enfrentar os trinta e oito quilômetros que a cidade dista de Patos, vinte e um deles em estrada de terra (cujo capeamento asfáltico era o maior sonho de Toinho), se surpreende de ver uma cidade pequena, porém toda calçada, com as repartições públicas todas bem acomodadas e com tudo funcionando, todo dia.
Era corrente entre prefeitos uma história que teria acontecido em uma reunião de prefeitos em João Pessoa. Diante de colegas que em sua maioria reclamavam da falta de recursos na administração Toinho Tota teria feito um desafio. Quem de vocês qjuer me arrendar a sua Prefeitura. Em Mãe Dágua o dinheiro dá e sobra. E era verdade, o dinheiro de Mãe Dágua rendia como em poucas outras prefeituras.
Antônio Tota nasceu em Mãe Dágua, em 06 de janeiro de 1939, e amava a sua terra. De lá saiu para estudar, formando-se em Agronomia e prestando serviços à Secretaria de Agricultura do Estado ao longo de toda a vida, salvo os períodos em que exerceu mandatos. Fazendeiro no município, em 1976 elegeu-se prefeito e a partir de 1977, quando tomou posse, passou a comandar a política de Mãe Dágua. Prefeito quatro vezes (77/82, 89/93, 97/2000 e 2001/2004), indicou e apoiou os outros três prefeitos do período (83/89, 93/97 e 2005/2008). O longo comando se deveu antes de tudo à sua grande capacidade administrativa e política e não ao fato de lhe faltarem adversários. ]
De habitual “cara-feia”, era na intimidade brincalhão e gozador. Tinha verdadeira devoção pela família: pai, mãe, esposa, filha, irmãos, sobrinhos, genro e, agora, os dois netos que faziam dele “gato-e-sapato”. Felipe, de sete anos, o chamava de “Bobo” e alegava para o pai e a mãe que estava cuidando do avô, para não ir dormir em casa.
Antônio Tota atendia a todos que o procuravam. Se não podia atender dentro da jurisdição do município e com os recursos públicos, atendia de seu próprio bolso a quem realmente precisasse ou a um amigo em dificuldades. E ninguém ousava tentar enrolá-lo.
Não só Mãe Dágua perdeu um grande administrador. Patos perdeu um grande amigo. A prova foi a multidão que esteve no seu velório e compareceu ao seu sepultamento. Deputados, prefeitos, vereadores, lideranças políticas e o povo de Mãe Dágua, de Patos e das cidades vizinhas foram vê-lo pela última vez ou acompanhá-lo até o cemitério de Santo Antônio onde foi sepultado no domingo, por volta do meio dia. Antônio Tota faleceu no sábado, por volta de sete e meia da noite, quando dava entrada no Hospital São Francisco, vizinho à sua residência. Sentiu-se mal, quando dava uma volta pela cidade, como fazia todas as noites. Próximo ao Posto Redenção do Vale, pediu a um frentista para assumir a direção do veículo pois estava se sentindo mal. No caminho incentivava o motorista a ser mais rápido pois estava muito mal. A assistência médica não foi alcançada a tempo. O anúncio de sua morte surpreendeu a todos. Cuidava da saúde e vinha suplantando os problemas que a idade acarreta. Caminhava diariamente e vinha evitando a bebida, como ocorrera naquele dia que passara todo na fazenda, entre amigos, brincando, mas sem beber.
Daqui transmitimos, mais uma vez, a dona Margarida, à filha Herta, ao genro Monaci Marques (prefeito de Vista Serrana), aos netos Felipe e Maria Heloísa, a todos os irmãos e sobrinhos (inclusive Kléber e Júnior, ex e atual prefeitos) as nossas condolências.
Antônio Soares de Figueiredo, Antônio Tota, cumpriu a sua missão na terra. Foi um exemplo de administrador. (LG)
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