Semana de 21 a 27 de julho de 2008

registros
1. Amanhã faz setenta anos da morte de Virgolino Ferreira da Silva, Lampião. O Rei do Cangaço foi morto na madrugada de 28 de julho de 1938, na gruta de Angicos, na fazenda Angico, município de Poço Redondo, no estado de Sergipe. A volante que o matou era comandada pelo sargento João Bezerra, da Polícia Sergipana. Lampião era natural de Vila Bela (atual Serra Talhada) no Estado de Pernambuco, onde nascera em 7 de julho de 1897. Com Lampião morreu também sua companheira Maria Bonita e vários cangaceiros;
2. Registramos o falecimento no último domingo em João Pessoa de Sebastião Sátiro da Nóbrega (Nego Basto). Irmão do ex-secretário Chico Sátiro e da professora Amélia Sátiro, tio do ex-vereador Nivaldo Sátiro, Nego Basto foi professor de Matemática no Colégio Estadual de Patos e no Colégio Comercial Roberto Simonsen, ambos em Patos, e no Liceu Paraibano, na capital do Estado. Em João Pessoa, Nego Basto trabalhou até os últimos dias na Federação Paraibana de Futebol, tendo participado da diretoria sob vários presidentes. Nesta condição ajudou muito aos clubes de Patos: Nacional e Esporte. O corpo de Nego Basto foi velado inicialmente na capital do Estado e depois levado para a cidade de Patos, onde foi velado na residência de sua irmã Amélia, sendo sepultado na segunda-feira no cemitério de São Miguel, com grande acompanhamento de parentes e amigos. Daqui as nossas condolências a todos os parentes de Sebastião Satiro da Nóbrega (Nego Basto).
3. Aniversário hoje de minha comadre Neta, esposa do meu primo irmão Luiz Paca. Recebendo parabéns do esposo, dos filhos Luciana, Lucivânia, José e Tiago, dos pais, irmãos e sobrinhos. Também os meus parabéns e os dos meus e das minhas.
4. Os familiares de Mário Soares de Oliveira convidam parentes, amigos, colegas de trabalho e o povo em geral para participarem da missa de 30º dia que mandam celebrar na próxima terça-feira, 29 de julho, às cinco horas da tarde, na Catedral de Nossa Senhora da Guia, em Patos. Maroca nascera em 09/03/1956 e faleceu em 30/06/2008. No convite, os parentes registraram: “Parti tão de repente que não tive tempo de despedir-me de vocês. Agradeço tudo o que fizeram por mim.”
5. Quem aniversaria na próxima sexta-feira, 1º de agosto, completando 58 anos de existência é a nossa querida Rádio Espinharas, uma “coroa” muito enxuta. A comemoração deve ser com a inauguração de uma nova programação, valorizando ainda mais o jornalismo, com a credibilidade que só a Espinharas tem. Está sendo injetado sangue novo na equipe para se juntar aos velhos companheiros. E uma nova direção também está colaborando com Dom Manoel, na administração da emissora, com a participação de Padre Jair, Padre Expedito e Padre Fábio, a quem desejamos bom sucesso. E por falar em mudanças, a partir deste domingo, a nossa Revista da Semana está voltando ao seu horário tradicional de treze às quinze horas, aproveitando o vácuo aberto com a saída dos programas políticos.

______________________________________________________________
opinião
Pesquisa para prefeito em Patos.
Muita gente me abordou esta semana sobre o resultado da última pesquisa publicada no final da semana passada sobre as eleições de Patos. Com exceção dos peemedebistas apaixonados, a maioria daqueles com quem conversei (incluídos aí peemedebistas e petistas mais sensatos) achou a diferença entre os dois candidatos principais, Nabor e Dinaldo, irreal. Admite-se que há vantagem para Nabor que, na condição de candidato à reeleição vem ocupando a mídia há muito tempo, enquanto a candidatura de Dinaldo, apesar de haver uma perspectiva de que viesse a acontecer, era bombardeada com notícias divulgadas pelos próprios adversários de que ele não poderia ser candidato.
Uma maioria pró Nabor de 10 a 15% conforme pesquisas informais feitas até por partidários seus estaria mais dentro da lógica de uma campanha que mal começou. O placar de 61,4 a 23,4, na opinião de analistas políticos desmoraliza a pesquisa.
Mas vamos fazer algumas observações sobre a questão. Qualquer pesquisa bem feita tem que partir do conhecimento do universo a ser pesquisado. Os indivíduos a serem pesquisados tem que estar divididos em classes que reúnam os semelhantes. Tais classes levam em consideração o poder aquisitivo, o grau de instrução, o lugar onde moram os pesquisados, entre outros aspectos. Sem este conhecimento nenhuma pesquisa vai dar um resultado confiável. Depois desta classificação, é importante saber quantas pessoas atendem a cada requisito para concluir quantas pessoas devem ser ouvidas de cada universo particular. Com base nisto uma primeira pergunta. A pesquisa do Consult diz que foram ouvidos setenta eleitores no Jatobá/Monte Castelo e setenta no Jardim Guanabara/Bivar Olinto. Será que a quantidade de eleitores dos dois setores é igual? Se não for, a pesquisa vai dar um resultado fora da realidade. Outra questão. Admite-se que o eleitorado de Jatobá/Monte Castelo seja do mesmo tipo, embora os observadores digam que Nabor leva vantagem no Jatobá e perde no Monte Castelo. Mas fica a pergunta: o eleitorado do Jardim Guanabara é do mesmo tipo do eleitorado do Bivar Olinto? Como ficaram divididos os setenta eleitores ouvidos nas duas comunidades? O pesquisador pode ter sentido a tendência em um das comunidades, contra ou a favor de uma determinada candidatura e com base nisso ouvir um número maior de eleitores na comunidade que favorece o candidato de sua preferência.
Segundo a pesquisa foram ouvidos oitenta eleitores nos bairros de Brasília, Morro, Jardim Califórnia e Liberdade. Surge novamente a questão. Será que é o mesmo tipo de eleitorado? Brasília e Jardim Califórnia têm eleitores parecidos entre si. Mas Morro e Liberdade têm eleitores de dois tipos, parte de melhor poder aquisitivo e parte de eleitor de periferia. Isto foi considerado? Quantos eleitores de melhor poder aquisitivo foram ouvidos, quantos de menor poder aquisitivo? E Santa Gertrudes? Admita-se que o eleitorado ali seja uniforme. Será que os vinte eleitores ali ouvidos são representativos da mesma proporção de eleitores entre o distrito e o resto da cidade? Por falar em Santa Gertrudes, outra grande crítica que se faz à pesquisa. Santa Gertrudes é tradicional reduto peemedebista, onde os adversários nunca conseguiram ganhar, situação que segundo alguns perdura desde os tempos de Manoel Xixi. Por que Dinaldo deu duas por uma em Nabor em Santa Gertrudes, onde nunca conseguiu ganhar?
Outro fato que leva a duvidar da pesquisa é o desconhecimento da política de Patos, demonstrada na pesquisa para vereador. Chico Bocão, tradicional campeão de votos aparece três vezes na pesquisa. Como Chico Bocão teve um por cento dos votos, como Chico Antônio teve zero vírgula oito por cento e, para completar um tal de Chico Bocoio teve zero vírgula vinte por cento. Com relação ao último (Chico Bocoio) pode até haver dúvidas, mas só um ignorante completo das coisas de Patos desconhece que Chico Bocão e Chico Antônio são a mesma pessoa. Não adiante dizer que os pesquisadores são de fora. A pesquisa tinha que ter uma assessoria que conhecesse a realidade do município ou consultar os registros dos candidatos. Só há dois Chicos, Chico Bocão e Chico de Donato, e nenhum Francisco. De qualquer forma juntando os votos de Chico Bocão aos de Chico Antônio já garantem a Francisco Antônio de Maria um vírgula oito por cento de votos, o que lhe dá o terceiro lugar, logo depois de Zé Mota com 3,8 e Marcos Eduardo com 2,4%. Outros candidatos aparecem na pesquisa mais de uma vez, demonstrando desconhecimento da realidade do município. Roland aparece como Rolano Torres e Rolando, Enemarques como Enemar e Ene Marques, Juliana Sátiro com esse nome e como, simplesmente, Juliana. E só há uma Juliana registrada.
Claro que pesquisa não é eleição. Se não a Justiça não precisava gastar tanto dinheiro fazendo eleições. Mas a pesquisa mostra a tendência do eleitorado no momento em que foi feita a pesquisa. Só que ela precisa ser mais cuidada. Uma diferença como esta de Patos, em cidade grande, talvez só em João Pessoa, onde será divulgada uma pesquisa neste final de semana. Embora não conheçamos a fundo a política das duas cidades, as pesquisas de Sousa e Cajazeiras têm mais lógica do que a de Patos, mostrando duas situações de empate técnico. Como em ambos os casos os prefeitos não são candidatos à reeleição, mas apóiam outros nomes, a influência do prefeito é bem menor do que em Patos onde o próprio prefeito é candidato à reeleição. Uma diferença um pouco maior do que em Sousa e Cajazeiras, no começo da campanha, seria muito mais lógica do que a que foi apresentada na pesquisa. A considerar correta a rejeição apontada pela pesquisa Consult, apesar de ter a maior taxa de rejeição, Dinaldo ainda seria aceito por quase oitenta por cento do eleitorado que não o rejeita. Considerando-se a taxa de rejeição como um limite para o crescimento de um candidato, muita água passará por debaixo das pontes, as velhas e as prometidas.
Quem não gostou da pesquisa foram os candidatos a vereador. Alguns já se sentem esquecidos pelo clima de “já ganhou” no comando da campanha situacionista. O que pode instaurar um clima de “salve-se quem puder”. “Para farinha escassa, meu pirão primeiro”.