Política de Patos - A novela dos vereadores

Na reta final das convenções continua indefinida a questão das coligações majoritárias da situação. Um esboço inicial, anunciado no início da semana, acenava com o fechamento de três coligações. Uma reuniria PMDB e PR. Este último partido teria a finalidade de aumentar o número de vagas para o PMDB já que aquele não tem nenhuma expressão. Outra coligação reuniria PCdoB, PSB, PCB, PMN e PRB, este último por exigência dos demais para abrirem mão de PHS e PTdoB que se juntariam ao PT na terceira coligação. Parecia que as coisas se tinham arrumado, quando os candidatos do PMDB refizeram as contas e chegaram à conclusão de que, sem o concurso do PRB só teriam condições de fazer três vereadores, Aí começou a grita. Marcos Eduardo ameaçou desistir da candidatura e lançar sua esposa como candidata do PP partido mais próximo da oposição.
A ameaça de Marcos Eduardo foi saudada pelos adversários como rompimento do presidente da Câmara com o esquema do prefeito Nabor Wanderley, mas observadores mais atentos advertiram que era tudo um jogo de pressão de Marcos Eduardo. O que praticamente se confirmou na sexta-feira depois de uma série de reuniões. No final da noite se dava conta de que na situação só haveria duas coligações. Uma formada pelo PT, PHS e PTdoB e outra formada pelos demais partidos ditos de esquerda, juntos com o PMDB. As definições devem acontecer por todo este sábado, já que o chapão da situação só terá vinte e duas vagas para acomodar cerca de trinta e cinco candidatos das duas coligações anteriores. Cerca de treze candidaturas devem ser cortadas.
A oposição vibrou com a notícia. Os treze “cortados” serão treze lideranças, algumas de certo peso, que ficarão insatisfeitas.
Do lado da oposição continuava a indefinição com relação ao chapão. Enquanto vinte e um dos candidatos queriam declarar o apoio à candidatura de Dinaldo, um apenas e sem muitos votos resistia no apoio. E este dissidente punha em risco a coligação já que o PTB pretende apoiar Dinaldo. Há quem diga, entretanto, que não há apenas um dissidente. Outros, sem se exporem, também são contra o apoio ao ex-prefeito. São aqueles que seguem a orientação de Gilvan Freire e do próprio Nabor. Os dois tentam, é óbvio, dificultar a vida de Dinaldo.
A convenção do PSDB que se realiza neste sábado mostrará o verdadeiro quadro da oposição, embora se suspeite da existência de alguns “traíras” nos partidos do chapão.
Já os partidos de oposição farão sua convenção no domingo, quando o quadro deverá estar definido. Na manhã do sábado corria o rumor de que Juliana, filha de Múcio Sátiro e que reúne muitas expectativa diante do trabalho feito por sua mãe na Secretaria de Ação Social, teria desistido da candidatura a vereador diante da indefinição do quadro.
Só no PPS não há turbulências (quanto menor o barco, mais fácil arrumar a carga). A chapa majoritária estaria definida, com Socorro Marques e Dr. Celso Nóbrega, e os candidatos a vereador pacificados em torno do postulante com chances de melhor votação que é o atual suplente Enemarques Dantas, filho da candidata a prefeita. Se vão conseguir o coeficiente eleitoral é a grande dúvida. A convenção também deve acontecer neste domingo.